sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ALVORADA




Cresci sob contos de fadas
Gnomos e sultões que não existem

E dos príncipes encantados...
restam agora as promessas de um cavalo
que se quis tão alado, tão branco e luminoso!

E ele era já tão tarde...
...porém já tão alvorada!

Do mar surgiu o príncipe pouco encantado
envolto em águas tumultuosas
com recordações de vidas passadas
Montado num negro cavalo alado
na mão esquerda o tridente
Na direita a amarga poção do conhecimento

E ele era já tão tarde...
...porém já tão alvorada!

Dos ancestrais conhecimentos
Surge o obscurantismo duma longa realidade
Crescem ameias e enraízam-se torreões
E no Index, moram agora os meus sonhos e palavras

Do meu anjo tão imo
fui desprovida de asas e mirrado o coração

E ele era já tão tarde...
...porém tão alvorada

Mas certo dia,
(espanto de velhos inquisidores)
raiou o sol pela nesga do calabouço
Inunda-se de vida o coração que jaz mirrado
Ressuscitam para a vida estas minhas asas

E do anjo feito homem
surge agora o espírito redentor
Imenso, sereno, pleno e magnânime!

Eis que da parca candeia tão almejada
Surge o Sol!
Eis da gota de água tão rogada
Tenho agora o Oceano!
Eis que de uma leve brisa tão desejada
Tenho o céu tão infinito!!!!

E ele era já tão tarde...
...porém, tão Alvorada!!

(ana)