domingo, 13 de dezembro de 2009

Silêncio



Nas noites quentes
que o meu corpo te chama.. me pergunto..
isso e o meu amor que me guia
ou meu desejo que inflama?
embarco nessa aventura de prazer
Tenho uma missão..te enlouquecer!
exploro teu corpo, suavemente…
Sente… tenho mãos de anjo!
e faço nascer… o teu fogo latente
ele não mente
ele sabe
ele sente!
o quanto o meu desejo me faz ser para ti...
o teu pervertido
o teu amante..
o teu menino!
Deixa-me usar a minha saliva!
te ungir!
Te cobrir com o meu manto sagrado…
meu corpo!
E nessa hora que me entrego...
aos teus desejos carnais… nesse ritual de amor
Quero ser crucificado... amado...
No teu altar… (a tua cama)
Sou a tua oferenda… o teu prometido!
Serve-te de mim...
Deleita-te neste ritual
Nem que seja meu fim...
Teu prazer… teu punhal
Deixa-me morrer nos teus braços...
Derramar o meu sangue, aos teus pés!
Eu já conheci o paraíso...
Já viajei contigo, minha mulher, aos céus!
Beija-me..
cala-me os pensamentos...
vela-me..
quero, no teu corpo dormir..
embalado no silêncio dos meus sentimentos…

Lágrimas



No meu peito escondo o devaneio
E no meu corpo crepita o fogo abstracto e utópico (de ti)


Figuro-te nas fendas inoxidáveis da noite
Onde aspiro o teu nome extraindo a polpa que me rompe a insónia
Faço-me orvalho... e aproximo-me no secreto
E beijo-te a boca num gemido rompendo o meu coração que se esfacela
Tacteio-te o rosto com mãos longitudinais nas ondas gravitacionais assimétricas
(meus dedos descansam sonhos incandescentes em cada poro da tua pele)


Mastigo os pólens da tua voz que ouço num eco abafado (e a lamina que sai da tua boca rasga meus tímpanos e quebra meus pilares revestidos de fecundos anseios e desejos) jorram oceanos de sangue de minhas veias que esvaziam-se (de mim)... as lágrimas afogam meus olhos e naufragam o barco do destino que fazia a travessia cósmica (de nós dois)