domingo, 13 de dezembro de 2009

Lágrimas



No meu peito escondo o devaneio
E no meu corpo crepita o fogo abstracto e utópico (de ti)


Figuro-te nas fendas inoxidáveis da noite
Onde aspiro o teu nome extraindo a polpa que me rompe a insónia
Faço-me orvalho... e aproximo-me no secreto
E beijo-te a boca num gemido rompendo o meu coração que se esfacela
Tacteio-te o rosto com mãos longitudinais nas ondas gravitacionais assimétricas
(meus dedos descansam sonhos incandescentes em cada poro da tua pele)


Mastigo os pólens da tua voz que ouço num eco abafado (e a lamina que sai da tua boca rasga meus tímpanos e quebra meus pilares revestidos de fecundos anseios e desejos) jorram oceanos de sangue de minhas veias que esvaziam-se (de mim)... as lágrimas afogam meus olhos e naufragam o barco do destino que fazia a travessia cósmica (de nós dois)